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PERFORMANCE-INSTALAÇÃO  | LIVE INSTALLATION (2024)

Criação e Direcção Artística | Creation and Artistic Direction: MARIA INÊS ROQUE ​

Co-criação | Co-Creation: MIGUEL FERRÃO LOPES, MIGUEL TAVARES, NUNO NOLASCO

Interpretação | Performers: MARIA INÊS ROQUE, MIGUEL FERRÃO LOPES, NUNO NOLASCO, SARA STERNBERG

Instalação Sonora | Sound Installation: MIGUEL TAVARES

Instalação Plástica | Plastic Installation: SOFIE AMALIE ANDERSEN

Figurinos | Costumes: MÍU LAPIN

Fotografia | Photography: ADRIANA JOÃO

Produção e Comunicação | Production & Communication: NERVO.COLECTIVO

Apoios | Support: REPÚBLICA PORTUGUESA - DIRECÇÃO GERAL DAS ARTES, COMPANHIA OLGA RORIZ, RUA DAS GAIVOTAS 6

""Sounding Bodies" é uma performance instalação, um exercício de escuta e contemplação sobre o som do corpo e a criação de intimidade entre corpos.

Explorar o corpo como um sítio de potencial, processo e conexão leva-nos até ao precipício dos sentidos, ao desabamento das suas fronteiras. Quando nos tocamos, não é só o tacto que é activado, todo o nosso campo sensorial recebe estímulos dos que nos rodeiam, sobre a forma como nos rodeiam. Mas qual é a matéria constituinte desse encontro?"

 

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""Sounding Bodies" is a performance installation, an exercise in listening and contemplation on the sound of the body and the creation of intimacy between bodies. ​

Exploring the body as a site of potential, process and connection takes us to the precipice of the senses, to the collapse of their boundaries. When we touch ourselves, it is not just touch that is activated, our entire sensory field receives stimuli from those around us, about how they surround us. But what is the constituent matter of this meeting?"

 

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"Traduzindo a fisicalidade para o meio sonoro, Sounding bodies dispõe no espaço uma composição de objectos instalados, corpos em movimento e som aural e irradiante.

Os corpos são-no na sua fisicalidade duas vezes, assíncronas e sobrepostas: a faixa de som foi captada em ambiente de câmara anecóica, a partir dos próprios movimentos internos do corpo (palpitações, fricções da pele, alternâncias no sistema musculosquelético) e manipulada em edição. E de novo usada na performance, em que o corpo presente responde e interage aos seus sons. O som, uma vez produzido na sua vitalidade, é actualizado ao vivo através dos ritmos que os performers interpretam.

Esta dramaturgia do som cria uma ambiência digital que passa por vários soundscapes: ora penetrante, comunicando directamente com as nossas cavidades corporiais onde ressoa (estômago, pulmões, interstícios), ora etérea e em efabulação (talvez um mundo pós-humano em naves apocalípticas).

O som, que foi corpo, regressará, transformado, ao corpo actual nesta activação performativa. E o que sabemos é que os corpos exalam uma agitação, reanimam-se em seguida num torpor e, constantemente, se procuram: um dedo do pé que busca aquela mão, um adormecer em encosto de dois corpos, um braço roubado à sua proveniência, uma mecha de cabelo que roça a mão. Quero-te e rechaço-te em igual ânsia. Miguel Ferrão Lopes segue o seu freseni nas veias, Nuno Nolasco oferece despudoradamente a língua, Maria Inês Roque torneia a pélvis dos olhos aos pés. Cada um respira à vez, reocupando o espaço desarrumado. Vestem um figurino como segunda pele: aquela primeira antena aural que sonda o mundo, numa aparente nudez como interface. A sensorialidade que apela a uma sensualidade em estado imanente.

Contido no espaço, o material, concreto e textural, tem três leituras: o material esponjoso e poroso, a matéria rugosa e dura, e a trama material – despojos eléctricos. Vistos em contraste – o sólido, o viscoso e o eléctrico –, seriam quiçá redutíveis a zeros e uns.

A toda a linha, o projecto convoca a uma fenomenologia da escuta e da contemplação, criando uma esfera envolvente e afectando a percepção. Deslocando o epicentro da tensão e da atenção, o corpo serve de vector, linhas e círculos no espaço, que atinge e ressoa no espectador-participante como onda tangencial.

Sounding bodies é uma instalação performativa apresentada de 4 a 5 de Abril de 2025 na Rua das Gaivotas 6, terceiro momento público do nervo.colectivo, uma novíssima estrutura artística, em torno do som e do movimento. Anteriormente, esteve nas Segundas na z (ZDB 2023) e nos Estúdios Olga Roriz (2024)."


António Figueiredo Marques

© Miguel Ferrão Lopes, 2025

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