O Florescimento Prodigioso da Raiva é uma pesquisa performativa site-specific que surge com o convite para integrar a programação All Tomorrows Parties, organizada pelo Colectivo Silly Season, na Rua das Gaivotas em Lisboa. É um objecto multidisciplinar mutável, que cruza o movimento da dança, a palavra do teatro, a imagem do cinema, e a música como paisagem que dita a vibração do espaço. Emerge da vontade em reencontrar e expandir o pensamento sobre diferentes pesquisas, que têm como elo de ligação a ideia da experimentação e reflexão do corpo que existe em comunhão com o outro, num universo ritualístico; e pela urgência em desconstruir, repensar e formular novas possibilidades biográficas, desmistificando a separação entre realidade e ficção. Surge no seguimento da experimentação performativa em torno da obsessão pelo homem-primitivo, homem-obsceno, numa eterna pesquisa sobre a motivação e degradação do homem e da sociedade. Acontece no reencontro com Grotowski, na Arte como Veículo e na Performance como Ritual; e na descoberta de Artaud e o seu Teatro da Crueldade.

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O Florescimento Prodigioso da Raiva é o tempo da devassidão e do afecto: é uma reflexão sobre a dilaceração, a ruptura transformadora, a sofreguidão pelo sofrimento, a frágil potência da resiliência, a fuga e o encontro, o amor e o desejo - sejam eles belos ou bélicos. Fala do corpo, do corpo-pele e do corpo-espírito. É um solo-ritual, um solo-festa ou um diálogo de amor em guerra, uma comunhão pela abissal presença humana, pela perversão e virtuosidade, é um convite à libertinagem do pensamento atroz e compassivo. É o lugar das emoções é também o lugar da destruição; há uma analogia evidente entre o amor e a guerra - a compaixão e a devassidão. É sobre pensar as emoções, é sobre a vontade de querer ser em liberdade, de esbater as barreiras do humanamente entendível ou representável.

 

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"O Florescimento Prodigioso da Raiva" is a site-specific performative research that emerged as an invitation to join the All Tomorrows Parties programme, organised by Colectivo Silly Season, at Rua das Gaivotas in Lisbon. It is a mutable multidisciplinary object, which crosses the movement of dance, the word of theater, the image of cinema, and music as a landscape that dictates the vibration of the space. It emerges from the desire to rediscover and expand thinking about different research projects, which have as a connecting link the idea of ​​experimentation and reflection of the body that exists in communion with the other, in a ritualistic universe; and the urgency to deconstruct, rethink and formulate new biographical possibilities, demystifying the separation between reality and fiction. It arises as a result of performative experimentation around the obsession with primitive man, obscene man, in an eternal research into the motivation and degradation of man and society. It happens in the reunion with Grotowski, in Art as Vehicle and in Performance as Ritual; and in the discovery of Artaud and his Theatre of Cruelty.

"O Florescimento Prodigioso da Raiva" is the time of debauchery and affection: it is a reflection on tearing, transformative rupture, the longing for suffering, the fragile power of resilience, escape and encounter, love and desire – be they beautiful or warlike. It speaks of the body, the body-skin and the body-spirit. It is a solo-ritual, a solo-fest or a dialogue of love at war, a communion through abyssal human presence, through perversion and virtuosity, it is an invitation to the liberation of atrocious and compassionate thought.

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